Mais Perguntas para a nossa Oficial de Programas

Temos o prazer de apresentar a parte final da entrevista com a nossa Oficial de Programas. Nesta parte, a Sra. Mitchell trata da forma como o programa RTC evoluiu com vista a satisfazer as exigências regionais e a fazer face às ameaças que vão surgindo no mundo do crime. Siga a entrevista.

Na perspectiva de uma oficial de programas, como vê a evolução do programa RTC como forma de fazer face às novas tendências de segurança?

Nos últimos cinco anos, o RTC evoluiu de forma incrível, dando resposta às mudanças ocorridas na África Ocidental. A transferência das instalações do RTC para um novo local é exemplo concreto de como o programa se afirmou como a principal actividade no ramo da formação na zona. O escritório de programas trabalha de forma coordenada com os dirigentes de agências responsáveis pela manutenção da lei da África Ocidental e dos Estados Unidos a fim de garantir que o RTC centre as suas atenções nas ameaças que vão surgindo. O director Lampley trabalha em estreita colaboração com altos funcionários da comunidade de agentes responsáveis pela manutenção da lei da África Ocidental com vista a identificar as necessidades de formação. Além disso, o escritório de programas mantém um diálogo constante com parceiros seus em agências federais, como o FBI e a DEA, garantindo assim que o que eles deparam no decurso de investigações é incluído no programa de formação. Juntos, usamos as informações que nos são fornecidas para estabelecer a programação do RTC. Quando tomamos conhecimento da existência de uma necessidade que não está a ser satisfeita, fazemos uso dessas informações e discutimos com os nossos parceiros da agência federal dos Estados Unidos a criação de novos cursos que abordem lacunas desse cariz. O programa visa lidar com ameaças predominantes que sejam identificadas pelos nossos parceiros, desde crimes tradicionais, como a corrupção, a crimes cibernéticos com recurso a tecnologia de ponta. Isso inclui a elaboração de conteúdos de nível avançado e a integração nos programas de matéria relacionada com a formação de chefias. Dado que o RTC expandiu o seu raio de acção e o âmbito das suas actividades no que se refere à identificação e forma de lidar com essas necessidades de formação, a dimensão e a complexidade do programa aumentaram exponencialmente. É, pois, mínima a semelhança com o programa de há apenas alguns anos.

Como vê o programa do RTC nos próximos 5 anos?

Haverá sempre a necessidade de lidar com actividades criminosas. Neste sentido, o programa ILEA pode prestar ajuda. Vemos o Gana como excelente país anfitrião. O governo de Gana tem uma relação marcante com o RTC. Uma área em que podemos aprofundar a nossa parceria é a da partilha do espaço táctico a nível das academias do Gana ligadas à aplicação da lei. Por esse motivo, poderemos vir a expandir o catálogo de cursos a acolher pelo RTC. Anualmente, damos formação a milhares de agentes responsáveis pela aplicação da lei. Existe a vontade de avaliar o impacto da formação que damos em virtude da importância do programa. As necessidades dos participantes dos vários países estão em fase de crescimento. As actividades criminosas transcendem fronteiras, culturas e idiomas. Uma outra questão que estamos a analisar prende-se com a possibilidade de intercâmbios intercontinentais sobre tópicos que incluem o combate aos narcóticos. Os participantes em cursos ministrados pelo RTC podem convergir com os participantes da ILEA em São Salvador como forma de lidar com o comércio intercontinental de drogas e os fluxos ilícitos de capitais. Por fim, gostaríamos de tirar partido do excelente trabalho da equipa do RTC para assim continuarmos a manter os ex-alunos envolvidos e activos no quadro do IGN. Isto inclui a organização de eventos especificamente destinados a ex-alunos em toda a região. Será uma oportunidade para os ex-alunos conhecerem outros finalistas da ILEA oriundos dos mesmos países, tomando desta forma conhecimento dos sucessos alcançados. Nos próximos anos, planeamos criar oportunidades de assessoria como forma de manter os ex-alunos ocupados após o fim de cada curso.

Qual a melhor forma do RTC tirar partido da base de dados de que dispõe referente a ex-alunos com vista a valorizar o programa?

São muitas as vezes que vemos o RTC como um modelo no âmbito do programa de contactos com ex-alunos. É de louvar o RTC em virtude das iniciativas dignas de realce que visam o estabelecimento de contactos com ex-alunos por meio de boletins e inquéritos que são publicados e realizados com regularidade. Foi longo o caminho já percorrido no que se refere a contactos com ex-alunos, mas planeamos fazer ainda mais. Temos conhecimento do muito que está a ser feito em países cujos agentes beneficiam de cursos de formação. Vimos como a formação ministrada pela ILEA contribuiu para os sucessos alcançados por ex-alunos do nosso centro. Vimos agentes a progredirem nas suas carreiras, assumindo posições de chefia nas organizações a que estão vinculados. Prevejo a expansão da rede de ex-alunos. Mercê do envolvimento contínuo com ex-alunos, poderemos medir o impacto dos cursos de formação no desenvolvimento profissional desses alunos e, de uma forma mais ampla, nas organizações onde trabalham. Esperamos construir, de forma contínua, relações entre entidades americanas e estrangeiras com responsabilidade no sector da aplicação da lei. Uma questão que tomaremos em linha de conta é a realização em larga escala de cursos de reciclagem para ex-alunos. Estes cursos não irão substituir os cursos normais ministrados em salas de aula. Os nossos parceiros da área da aplicação da lei a níveis federal e estatal poderão ministrar os cursos de reciclagem destinados a ex-alunos e agir como fonte de recursos destes. Encontramo-nos em boa posição. Todavia, necessitamos de continuar a fortalecer as nossas capacidades de contacto. Um dos melhores aspectos do IGN é a capacidade dos nossos participantes partilharem connosco, no escritório de programas, os sucessos que alcançaram. Isto é crucial, pois ajuda os nossos parceiros a compreenderem o valor do seu envolvimento e a razão de continuarem a dotar o programa ILEA de recursos. Embora possamos com assiduidade prestar informações quanto ao número de agentes a quem demos formação, é muito mais importante saber exactamente que conhecimentos é que os participantes usaram para lidar com um caso, se trabalharam com entidades do programa, se trabalharam com parceiros de agências federais americanas e qual o resultado final. Histórias desta natureza ajudam-nos a aumentar o nosso financiamento e, consequentemente, a expandir o alcance do RTC.

Senhora Mitchell, agradecemos os seus pontos de vista. Estamos certos de que os ex-alunos têm uma compreensão mais clara do papel que desempenham e do valor que acrescentam ao programa.